A cada trimestre, apresentamos um artista do nosso escritório de Pinellas no Mural de Arte Local. Abaixo estão algumas informações sobre a nossa artista do primeiro trimestre de 2021 - Diane V. Radel. Um agradecimento muito especial ao The Morean Arts Center por gerir a seleção e instalação.
Diane V Radel
dianevradel@gmail.com
www.dianevradelart.com
A MINHA SÉRIE DE ARTE "RASTOS DE TARTARUGA
Foi necessária uma experiência primordial em Melbourne Beach, em 2017, para aprofundar o meu sentido de interligação com o universo. Tive uma epifania ao testemunhar o regresso de uma tartaruga marinha mãe ao seu local de nascimento para nidificar. Assim começou a minha ligação a estas criaturas e à sua incrível viagem primordial. É uma história que exprimi através de uma série de abstracções em acrílico intitulada Turtle Tracks Art.
Visito frequentemente a minha filha e a sua família na costa atlântica da Florida. Damos passeios à meia-noite ao longo das areias de Melbourne Beach, que são marcadas por ninhos de tartarugas marinhas. Em 2017, mais de 25.000 ninhos estavam na faixa de 20 milhas entre Melbourne Beach e o Refúgio Nacional de Vida Selvagem Archie Carr. A noite da minha transcendência começou silenciosamente, encoberta por uma escuridão tenebrosa. Lentamente, a mãe tartaruga cabeçuda começou a subir da água. Ficámos imóveis - três gerações - enquanto ela impulsionava as barbatanas para a frente. A mãe respondeu ao chamamento para pôr os seus ovos exatamente onde nasceu. Tal como as gerações de tartarugas marinhas têm feito há mais de cem milhões de anos. Naqueles momentos, senti a mais profunda ligação a esta tartaruga-mãe e a todos os seres vivos ao longo dos tempos. O milagre da criação da vida e a energia que emana da natureza deixaram-me profunda e profundamente comovida.
Na manhã seguinte, encontrámos os redemoinhos de areia perfeitos da sua viagem. Sentia-me dominado pela necessidade de documentar a sua presença. As pegadas desapareceriam em poucas horas, fustigadas pelo vento, pela água e pelo homem. Fotografei os padrões únicos e decidi que iria aprender a pintar para captar a fragilidade da vida e a sua interligação resiliente.
A arte e a música parecem ter um impacto em muitas pessoas, ligando o espetador a algo maior do que ele próprio. Decidi que pintar estes rastos em tela seria uma homenagem duradoura a esta mamã. Seguindo e preenchendo os padrões das barbatanas com cores e texturas abstractas - e anotando o dia e a hora de cada rasto - quero captar a luta da tartaruga marinha para sobreviver até à idade adulta e perpetuar a sua espécie ancestral.
FERNWEH é uma pintura acrílica original em tela premium de 60x48x1,5″ envolvida em galeria, e é a número 41 da minha série Turtle Tracks Art.
FERNWEH O giclée é impresso com tinta de arquivo em papel de algodão de grau de museu, PH neutro e sem ácido. O giclée 8×10″ é emparelhado a 11×14″, e o giclée 11×14″ é emparelhado a 16×20″ para caber em molduras de tamanho padrão.
FERNWEH, uma palavra alemã que significa saudade de um lugar distante, foi inspirada nos rastos de tartarugas marinhas verdes, ilustrados na segunda fotografia, encontrados em Melbourne Beach, Florida, EUA, em 28/7/19, às 6h52. Optei por pintar apenas camadas de tinta acrílica diretamente sobre a tela, sem adicionar massa de modelar nesta pintura, para a tornar menos ligada ao terreno. O caminho sinuoso aqui representado atrai o olhar para dentro e para cima, para um lugar que cada espetador é livre de imaginar. Que lugar deseja visitar quando tivermos liberdade para viajar? É um local a que deseja regressar ou uma cidade que nunca visitou? É mesmo um lugar físico ou um "lugar na sua vida" onde espera chegar um dia?
O romancista e dramaturgo americano Cormac McCarthy escreveu um dia: "Entre o desejo e a coisa, o mundo está à espera".
NASCENÇA é uma pintura acrílica original em tela envolvida em galeria premium de 48x60x1,5 ″ e é o número 37 da minha série Turtle Tracks Art.
NASCENÇA O giclée é impresso com tinta de arquivo em papel de algodão de qualidade museológica, PH neutro e sem ácido. O giclée de 10×8″ é emparelhado a 14×11″, e o giclée de 14×11″ é emparelhado a 20×16″ para caber em molduras de tamanho padrão.
No livro BRAIDING SWEETGRASS, brilhantemente escrito e narrado pela nativa americana Robin Wall Kimmerer, ela conta a história da Mulher do Céu que caiu através de um buraco nas nuvens para as águas escuras lá em baixo. Enquanto caía, viu muitos olhos a olharem para ela e foi salva por gansos que se juntaram para travar a sua queda. Sabendo que os gansos não seriam capazes de a segurar por muito tempo, uma grande tartaruga que flutuava na névoa ofereceu-lhe as costas para descansar. Um pequeno rato almiscarado deu a sua vida para trazer um punhado de lama do fundo do oceano, que foi espalhado sobre as costas da tartaruga. A Mulher do Céu cantou e dançou para agradecer. A lama espalhou-se sob os seus pés e "a terra foi formada pela alquimia das dádivas de todos os animais, juntamente com a sua profunda gratidão".
Se NASCENÇAque significa nascer ou vir à existência pela primeira vez, tocar uma única pessoa que o tenha visto, tal como esta bela história me tocou a mim, ele cumpriu a sua missão. Os rastos de tartaruga marinha Loggerhead na segunda foto, encontrados em Melbourne Beach, Florida, EUA, em 8/9/18 às 6:25 da manhã, foram a inspiração para esta pintura.
SOLIVAGANTE é uma pintura acrílica original em tela envolta em galeria premium de 60x48x1.5 ″ e é o número 34 da minha série Turtle Tracks Art. Foi inspirado por esses rastros de tartarugas marinhas encontrados no Refúgio Nacional de Vida Selvagem Archie Carr em 8/8/17 às 8h14.
SOLIVAGANTE O giclée é impresso com tinta de arquivo em papel de algodão de qualidade museológica, PH neutro e sem ácido. A giclée 10×8″ é emparelhada a 14×11″, e a giclée 14×11″ é emparelhada a 20×16″ para caber em molduras de tamanho padrão.
O título desta obra, SOLIVAGANTEsignifica vaguear sozinho. Recordo-me do escocês americano John Muir, que foi fundamental para a criação dos Parques Nacionais de Yosemite, Grand Canyon e Sequoia. Aos 30 anos, fez a sua primeira caminhada a solo até ao Cathedral Peak de Yosemite. Descrevendo a epifania que teve nesse dia, escreve Quando tentamos escolher algo por si só, encontramo-lo ligado a tudo o resto no universo. Imaginamos que um coração como o nosso deve estar a bater em cada cristal e em cada célula, e apetece-nos parar para falar com as plantas e os animais como companheiros de montanha amigáveis. A natureza como um poeta, um trabalhador entusiasta, torna-se cada vez mais visível quanto mais longe e mais alto vamos; porque as montanhas são fontes - lugares de início, embora relacionados com fontes para além do conhecimento mortal.
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